quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O que rolou em 2011

Todo final de ano a gente inventa a retrospectiva. Como meu saco encheu de ficar analisando mês a mês (difícil, já que minha memória não tem tantos gigas assim...), resolvi que só vou lembrar do que marcou ao longo do ano.

Janeiro: Porra, um infeliz de um Pianista resolve que "a gente se parece muito", pede prá ficar junto e me sacanea. Bola fora dele.

Maio: Fui convidada prá trabalhar na UPA, uma função diferente, mas que amei. Mudou meu humor, conheci gente nova, ampliei meus conhecimentos na área de urgência/emergência.

Junho: Depois de um mês de insistência, saí com Benzinho, que veio cheio de amor prá dar. Uma pérola negra, pensava eu. Bleh.

Agosto: Conheci o Jornalista, com quem acabei ficando depois de longos 21 dias sem sequer ver o digníssimo que se intitulava meu namorado.  MEU SOBRINHO NASCEU, A COISA MAIS LINDA DO MUNDO!!!! Em 31/08 acordei passando um mal da porra às 5:30 da matina. às 22h estava na mesa de cirurgia operando uma apendicite agudíssima. Ganhei 13 pontos e uma barriga deformada por uma cicatriz feia prá cacete. tá ruim, mas tá bom.

Setembro: Dei um basta na história com Benzinho, porque porra, ninguém merece...

Outubro: Na véspera do meu aniversário o Jornalista resolve que "anda atarefado demais, e que o problema é com ele" e me dá um tchauzinho básico. Nota: "sei que vou me arrepender depois" não cola, porque desconheço ser humano nas CNTP que faça, conscientemente, algo do que vá se arrepender depois. Mas enfim...

Dezembro: Filhote ficou internado com gastroenterite infecciosa, mas foi só prá fazer o antibiótico EV. O moleque está melhor que todo mundo junto na família.

Feliz 2012. Que venha!

Tudo de bom prá vocês todos! Até lá!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Eu NÃO chuto cachorrinho!!!

PELO AMOR DE DEUS!!! Esse ser (des)humano, infelizmente, tem a mesma formação que eu. Mas saibam: falta de caráter também vem de berço, não da faculdade de Enfermagem.

Não aprendemos a provocar a dor, aprendemos a lidar com o sofrimento alheio e a trabalhar incansavelmene para aliviá-lo. Eu, particularmente, durante muito tempo pensei em estudar Medicina Veterinária. Jamais aprovaria tal ato. Aliás, sequer assisti o tal vídeo. Não dá prá mim essa crueldade toda.

Se essa peste vai ou não ser punida, como comentou a Miloca, eu não sei. Mas eu torço muito prá que ela não consiga emprego. Que tipo de cuidados uma pessoa assim pode prestar a quem está sofrendo? Como ela via lidar com o paciente que se recusa a receber tratamento? Vai bater também? Vai surrar o pobre que já está ferrado, internado, passando mal pacas? 

Não há nada relacionado à Enfermagem que justifique esse ato. Não aceito os argumentos de que o estresse a que a classe é submetida seja culpado. Verdade que trabalhamos demais, ganhamos de menos e prá ter um salário digno temos mesmo que acumular empregos. Só que aí me pergunto: por que é que eu não vejo pelo menos 3 notícias como esta por semana nos jornais?? Porque a grande maioria dos colegas é normal. Vai prá balada, vai malhar, vai à praia, vai pintar, bordar, ler, faz qualquer coisa prá aliviar o estresse.

Ruindade não se aprende nos salões da academia. Tampouco se desenvolve com o cansaço da labuta diária.

E eu NÃO chuto cachorrinho! 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O Relato

A UPA onde trabalho tem um fluxo de atendimento bem simples: as ambulâncias que chegam com pacientes entram pela porta da emergência; o socorrista cadastra o paciente na sala do enfermeiro classificador, que vem até a emergência, classifica o paciente como mais ou menos urgente e comunica a ao médico (mesmo sabendo que a classificação cai no sistema, a gente vai lá no consultório prá apressa o colega). Tudo isso é feito com o paciente sobre a maca da ambulância que o trouxe (SAMU, Remocenter, e por aí vai).

Eis que o meu digníssimo ex chegou anteontem com o SAMU e encontrou a emergência vazia. Não havia paciente algum lá (o dia tava calmo mesmo) e as meninas (num tremendo vacilo), apagaram as luzes lá de trás. Ele, que também trabalha lá, só que à noite, tirou o paciente da sua maca, colocou na nossa maca, monitorou o paciente e desapareceu.

Estávamos com o déficit de duas enfermeiras, e eu fui deslocada prá assistência direta. Tive que ir ter com a peça.

Aí começou: o capeta não quis me responder o quadro do paciente, não me respondeu porque mudou o homem de maca, não respondeu nem o "boa tarde" que lhe dirigi.  Precisei chamar outra colega, que deu-lhe uma puxada nas orelhas, e vi o dinossauro de 1,90m e 130kg dar as costas prá minha amiguinha menor que eu e sair em silêncio.

Claro que tinha que ser relatado. Ele alegou que não tinha ninguém lá, então fez como achou que fosse melhor. Elaboramos o relatório eu e minha colega, mas cometi uma série de erros: relatei no livro aberto da enfermaria, quando deveria tê-lo feito no livro de ocorrência que fica no repouso e é lido pelos enfermeiros somente; EU fiz o relatório, o que acabou dando uma conotação extremamente pessoal ao fato, mesmo que o texto tivesse sido elaborado por duas pessoas.

O fato é que fofoca rola solta no setor, alguém ligou prá ele, contou do relato, ele ligou prá mim querendo satisfações e fomos parar eu, ele e a coordenadora geral da Enfermagem numa reunião prá lá de constrangedora.

Ele foi repreendido por não obedecer os fluxos do próprio local de trabalho, por não ter comunicado ninguém sobre o paciente, e por não ter reconhecido minha autoridade de enfermeira, pois, se um enfermeiro solicita a um técnico informações sobre um paciente, é obrigação do profissional fornecer. Foi lembrado da hierarquia dentro da instituição e orientado a não contestar o fato de uma enfermeira ter sido deslocada de outra função.

Eu fui chamada atenção porque, mesmo não estando responsável pelo setor no momento, deveria ter visto as luzes apagadas e tomado providência. Por ter feito o relatório no livro errado também. Mas o pior ainda estava por vir...

Nossa coordenadora tem mais de 20 anos de carreira com gestão de pessoas. É uma enfermeira brilhante. Ela encerrou a reunião falando que "agora vamos para o bate-papo", de forma quase maternal. Recomendou que eu e a peça rara marcássemos um encontro, sentássemos e conversássemos sobre nós dois. 

Eu fiquei muito puta da vida com aquilo, não falei nada, engoli, mas fiquei. Porque não há nada mais entre a gente (exceto o fato de ele continuar me mandando torpedos, o que me revolta), não namoramos mais e eu SEI muito bem que o pessoal e o profissional não se misturam. Tanto que cumprimento o Negão normalmente na UPA, converso sobre o que quer que seja, dentro do tema 'assistência', tento agir da forma mais profissional possível. Não fico de sorrisos, mas não viro a cara porque sei que ali dentro preciso trabalhar da forma correta.

Porra, ele criou a situação e eu fui obrigada a ouvir algo que não precisava, não mesmo. Eu sei me portar.

Aí eu me estressei. Falei algumas coisas, tentei ser beeem amigável, aconselhei o cara até. Falei que não precisava ser meu amigo, mas que ali dentro a coisa era diferente, que não misturasse as coisas, porque os dois seriam prejudicados. Enquanto eu falava, ele piscava o olho e jogava beijinhos disfarçados. Segurei a onda prá não explodir de raiva.

Mais tarde em casa, recebi torpedinho de "não quero perder você".

Ahh, casa do car$%#&!!! Já tá tocando sua vida, meu caro, me deixa de lado. Custei prá arrumar um lugar perto de casa prá trabalhar, um serviço que amo demais, fiz excelentes amigos, agora vem um encosto me atrapalhar a vida? Soube que a tal namorada dele perdeu o bebê, daí parece que ele tá se sentindo mais livre prá galinhar sem que todo mundo olhe censurando. E eu pareço ser o playground preferido.

E eu nunca fui chamada atenção antes no trabalho. NUNCA. Não foi exatamente uma puxada de orelha, mas fiquei arrasada com a chefe falando como uma irmã mais velha "Lô, você é tão competente, acerta seus ponteiros com fulano prá vocês não terem maiores problemas." Fiquei de cara no chão.

Mas tá bom, passou. Essas coisas servem prá gente reavaliar muita coisa, rever conceitos, posturas. Acrescenta muito. Não posso reclamar de tudo, é verdade. Mas que emputecem também, nem me fale...

Enfim, vida que segue!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Casa do cacete!!! Tô chegando agora da rua, prá onde fui prá desestressar, sem muito sucesso. O FDP do Benzinho fez o excelentíssimo favr de me cagar o dia, então tô mordendo feito cachorro doido na rua.
Depois conto
Bjo

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Daí que minha pressão arterial resolveu, dia desses, me dar outro susto. Por dois dias não trabalhei, somente repousei na emergência tomando medicação prá tentar baixar o nível da coisa.

Então resolvi que não ia enfiar o pé na cova aos 35. 

Emagrecimento é a ordem, porque, né, com a pré disposição de pai e mãe cardiopata, a pessoa desenvolver obesidade por puro autodesinteresse é demais.

Minha amiga me deu duas cápsulas de óleo de coco. Tomei o troço meio descrente.

Pois estou aqui, passei o dia todo com a sensação de que tinha comido uma vaca prenha com os chifres, cascos e tudo o mais. Quero nem saber o que foi, mas não quis saber de comida. Me sinto empazinada.

Então, vou ver no que dá esse troço. Por questão de economia, não pago academia, caminho à beira da Praia de Camburi. Só que tá chovendo, então sigo só com a dieta. E rezo prá funcionar.

*****

Falando em reza, quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece. Benzinho esteve com o SAMU 2 vezes na quarta lá na UPA. Como eu não dei atenção nenhuma prá ele, à tarde me chega torpedo falando de carência, saudades etc...

Não mandei pastar porque não vou gastar bateria de celular, meu precioso tempo e meu latim bem estudado respondendo.

Mereço

Ai se eu pego...

Realiza a cena: às 4:30 da matina você acorda pelos gritos de uma louca vizinha, completamente bêbada, sacudindo a lixeira do prédio gritando: "eu sou um lixo, 19 anos de merdaaaaa!!!"

Não satisfeita, ela se posiciona bem no meio da rua, começa a cantar "Ai se eu te pego" e dançar como num forró.

Aí conversa com a outra vizinha que está sentada na calçada, encostada no portão e não consegue levantar.

Depois do showzinho que foi até as 5, quem dorme??

Ai eu digo: ai se eu pego...


Tô louca prá encontrar com as duas após a ressaca fisiológica passar. Prá essa vai ter jeito, mas prá ressaca moral...