Hoje eu nem sei dizer porque, mas senti saudades de quando eu te escrevia. É, de quando trocávamos longas cartas, aquelas nas quais imprimíamos nossa energia, aquelas que colocávamos na caixa do correio. Já existia e-mail, meu Deus, há quanto tempo! Mas eu gostava mesmo era de escrever. Eu sempre falei que e-mail era muito impessoal.
Nosso contato nunca se perdeu, ainda bem. De longe eu não sinto seu cheiro branco, mas de fato nunca estivemos muito longe um do outro só pelo fato de nos importarmos. Os telefonemas trocados vão desde a necessidade de dar uma notícia importante até o puro capricho de parabenizar quando o time ganha no futebol.
Mas hoje senti saudades das cartas. Da ansiedade gostosa ao abrir a caixinha de correspondências do prédio e encontrar um envelope que era só meu, de correr pro quarto e abri-lo já com um sorriso nos lábios. E sempre responder. Às vezes nem tinha muita coisa prá ser dita, mas as cartas estavam lá: "Vitória, 21 de novembro de mil novecentos e nem lembro mais". Era uma delícia!
Como é que eu vou dizer que te levar assim, como uma lembrança tão gostosa, não é bom?
Tem dias em que minha nostalgia me acomete, mas não me entristece. Nasci saudosista, não sofro com isso.
Quando puder, scrivimi!
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