Desde que comecei no trabalho, com regulação de vagas para internação, comecei a lidar muito com a central de remoções - Remocenter - do município. É um constante vai-e-vem de ambulâncias, básicas ou avançadas (as chamadas UTI's móveis), com seus funcionários de macacão verde - chamo de verdinhos - circulando pelos corredores da unidade.
Nesse passeio, logo na primeira semana, um verdinho, melhor, verdão (prá mais de 1,90m) me parou. Enquanto eu assinava os papéis de liberação do paciente, ele me veio:
- Você é casada? Assim, do nada mesmo.
- Não, respondi, mas tenho um filhinho de 6 anos.
- Ah, prá mim isso não tem problema.
Levantei os olhos e só consegui rir na hora. Achei graça da investida repentina e meio tosca. E não entendi porque respondi, só respondi e pronto. E lá se foi o verdinho verdão.
Bom, fato é que o mancebo nunca passa sem mexer, sem lançar um olhar, um sorriso, sem soltar aquele "oi, tudo bom?" bem interessado.
Daí que ontem o rapagão parou ao meu lado na bancada do posto de enfermagem. Me entregou a prancheta:
- Assina aqui e coloca seu telefone aqui - e me deu um pedacinho de papel.
- Ah, fala sério!
- Tô falando!
Querem saber? Eu escrevi o número! Pronto!
Não vou ficar aqui filosofando sobre isso de se ter cuidado com paqueras em ambiente de trabalho, estamos carecas e desdentados de saber, e eu não sou tão besta.
Só tô besta por ter ganhado o interesse... Curti!
Uóóóóóó´!!!!!