Engatando na linha do HTP, resolvi por um ponto final no espetáculo do Professor, que revelo aqui, chama-se Marcelo (Namolito da Mila, olha só, você tem um xará-mala!).
Desde meu último post sobre a criatura eu não tinha mais falado com ele. Lembro que Marcelo da Mila até me recomendou eliminar o contato do palhaço do msn. Mas eu, paciente, apenas dei-lhe um fora e deixei prá lá. Pois é, eis que no domingo a peça rara me encontra no msn e puxa o mesmo assunto de sempre. Eu, na paciência, respondi o mesmo de sempre: quando você quiser algo sério comigo, me procura. Deixo claro, amigos, que no fundo nem quero nada com o sujeito, mas cansei de ser chamada prá sexo puramente. Como diria Roberta (HTP), não quero ser o FGTS de ninguém. Aí é que me vem a resposta no formato de uma pérola vagabunda, daquelas que descascam: "não namoro com quem tem filho".
Mas hein?!?! Aí eu subi nas minhas tamancas. Vá à puta-que-te-pariu ô moleque! Desde quando mulheres que são mães não são boas companhias? O cara não tinha resposta, claro, só disse que era uma "coisa da minha cabeça". Daí meu lado favela aflorou e eu deixei de lado a classe que mantive durante mais de um ano, quando da nossa última transa, em que ele simplesmente falhou. Sim, brochou, desanimou, não descabelou o palhaço porque não conseguiu. Falei que isso provavelmente tinha acontecido por causa da cabeça de feijão dele. Ele quis insinuar que eu era culpada, mas a essa altura nenhuma resposta conseguiria reparar o desconcerto em que o rapaz se enfiou.
Eu jamais jogaria isso na cara de ninguém. E nunca o fiz. Mas dessa vez o Professor me encheu tanto a paciência que estourei, porque não tenho sangue de barata não.
Rasguei o verbo, escrevi feito louca naquele msn, fiz discurso. Curiosamente o sujeito ficou pianinho, disse que só me procurava porque eu era uma mulher inesquecível, informação que eu já tenho (hellooooo!). Não foi grosseiro, não me respondeu rudemente, mas começou a fazer declarações que envergonhariam meu ídolo da breguice, Reginaldo Rossi, que aliás, é um homem extremamente inteligente, delicado e refinado.
Daí cortei a corda e o pano desceu com tudo: contato bloqueado, excluído e o caramba a quatro.
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Isso aconteceu no domingo, e naquela mesma noite, por conta da bendita TPM, acordei de madrugada, depois de um sono instável, como me ocorre todo mês. Daí liguei a tv e coloquei no HBO. Adivinha que filme tava passando?? "A Letra Escarlate". Tava no começo, e eu revi o filme todinho.
Teve uma época da minha vida em que me identifiquei muito com a história. Sim, porque morei no interior, na época em que tive Filhote, e o pai dele não era nenhuma flor que se cheirasse - fato que eu desconhecia na época em que começamos a namorar, porque eu raramente saia por lá, ou conversava com as pessoas, afinal estava lá prá trabalhar, nada mais. Lembro das pessoas apontando, cochichando no supermercado "é ela, a enfermeira que engravidou do fulano". Lembro quando ia à igreja e na missa as distintas senhoras comentavam o que é que eu estava fazendo lá, ensaiando o coral para a cantata de Natal. De quando, depois de um certo tempo, um rapaz se interessou por mim e o irmão dele mandou um recado por uma amiga médica: "fala prá ela esquecer, porque ela não é mulher pro meu irmão".
As pessoas não queriam que eu fosse amiga de suas filhas, que falasse com seus filhos, essas coisas. Quem ficou "do meu lado" foram alguns amigos que fiz depois, alguns gays (eles são incríveis) que sabiam o que era ser discriminado em uma cidade de 20 mil habitantes (o bairro em que moro hoje, onde nasci, tem 45 mil!), umas divorciadas, as colegas de profissão e de trabalho.
Como Hester Prynne do filme, sofri um bocado, mas não me abati. No dia em que fui embora da cidade, de volta a Vitória, pedi a minha mãe que parasse o carro na estrada, na saída da cidade. Tirei as havaianas dos pés, coloquei prá fora da janela e bati as solas. Nem a poeira de lá eu trouxe comigo. Isso faz 2 anos e dois meses. Ainda falo com os amigos que deixei lá, mas nunca mais voltei. E não sei se um dia o farei.
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É claro que a fala do Professor me remeteu a toda essa história. Ridículo essa de mulher separada/mãe solteira não serve prá nada a não ser servir sexualmente um homem. É idiota essa coisa hipócrita que os caras têm. Pode namorar, se casar com uma mulher velha de guerra, experiente, mas não podem levar a sério alguém que tem filhos. É como o cão que cheira o poste antes de urinar: tem o cheiro, a marca de outro cão, então esse eu não quero. Relacionam-se com quem quer que seja que não carregue uma herança de outro homem que seja visível. Sim, porque alguns são tão primitivos que adotam, prá esse tipo de situação, o velho dito "o que os olhos não vêem, o coração (ou qualquer outra parte anatômica) não sente".
Embora tenha sido algo que ocorreu com uma pessoa nada digna de crédito, e embora eu não queira generalizar, devo falar: isso é mais comum do que se pensa. É uma pena.
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Que ninguém me censure pela mega exposição. Sei lá o que isso vai me acarretar, se vão me condenar, se vão me crucificar, se alguém vai me achar menos legal ou interessante. Já falei. Pronto. Já liguei o f*da-se. E estou muito bem, obrigada.