terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

No "Jornal Hoje" passou uma reportagem sobre pais acompanhando os filhos em trote na USP. Tá, bacana, ninguém interferiu em nada, a calourada levou banho de todas as gosmas possíveis, e a molecada nem achou mico os pais estarem lá. Também não acho. Adoraria que meus pais tivessem ido à primeira aula do meu curso - cara, foi Anatomia- mas vejam bem a situação: embora eles não quisessem admitir, o fato é que eles estavam aliviadíssimos de estar vendo os filhos apenas serem lambuzados e não sofrendo violência. Um casal chegou a falar que não era por isso, mas a mãe depois acabou soltando que estava mais tranquila.

Aos 4 aninhos eu era levada por meus pais à escola e eles ficavam por perto. O que acontecesse, eles estavam lá. Quando mudei de escola, no antigo segundo grau, meu pai foi comigo ver onde era. Me levou prá conhecer a UFES, dar uma volta pelos edifícios de salas de aula nas Clínicas. Legal os pais estarem presentes nas transições das fases da vida da gente. Faculdade é só mais uma, certo? Mas a verdade é que os pais agoram estão entrando em pânico com o primeiro dia de aula dos filhos pós-vestibular. Já se cansaram de ver jovens sofrendo, até morrendo, em trotes. Tantos anos de estudo, tanto esforço prá se criar um filho - e eu sei bem o que é isso - prá um despreparado qualquer se achar no direito de cacetar o jovem que conquistou uma vaga suada no curso escolhido.

Pode até ser psicologicamente bom a gente ter pai e mãe junto nessa etapa, mas que eu acho um absurdo um pai ter que vigiar um filho de vinte e poucos anos na entrada do 'colégio' prá ele não ser assassinado pelo brutamontes veterano, isso eu acho.

3 comentários:

  1. Nem me fala dessas coisas... eu acho trote a coisa mais desnecessária de todas da faculdade! Pelo menos na engenharia da UFF não me serviu nem pra socializar (e quem quer socializar com um bando de babacas, afinal?).

    ResponderExcluir
  2. Olha eu acho que tudo tem um meio termo. Por exemplo meu trote no Mackenzie foi inesquecível, nada exagerado, só o tradicional: tinta, cortar cabelo de homem e fazer pedágio. Na ocasião fiz amizades que hoje, são as mais duradouras do curso. Sem falar nos trotes solidários que ajudei quando estava no D.A.: Doação de sangue, doação de livros, alimentos. O trote tem que ser visto como boas vindas e ñ um castigo.

    ResponderExcluir
  3. Pois é... Marcelo, meu trote foi mais sujeira do tudo, voltei de ônibus prá casa fedendo a alho e pasta de dente (eca). Até que depois fiquei coleguinha de alguns, mas sei lá. Nãosou muito a favor não. Trote solidário é até legal, mas difícil é ver acontecer, né Junião?

    ResponderExcluir

abriram a concha: