Tô trabalhando hoje. Plantão o dia inteiro. Bom, prá me consolar, chove desde a madrugada. Deve ter sido praga minha, porque eu queria ir à praia, mas vim trabalhar. Mua-ha-ha!
Na verdade eu tô aqui porque eu quero. Não é obrigação trabalhar aos sábados na unidade de saúde. Mas é grana no bolso. Então eu venho, né, que eu sou bobinha mas nem tanto.
Caraca, eu ando cansada pacas. Eu tô mega cansada. Por isso sumi do blog.
E também porque andei revendo uns conceitos. Sim, passou da hora prá quem está na minha situação.
Ontem procurei uma colega médica que atua no programa de saúde mental. Ela é clínica geral, mas treinada prá dar suporte ao psiquiatra. Daí fui lá e despejei tudo. Falei da minha ansiedade - patologia esta que carrego desde sempre e nunca quis tratar por confiar tão somente no meu autocontrole - e também da minha tristeza que não tem fim, mas a felicidade sim.
O negócio todo é que EU SEI que eu tenho que mudar um monte de coisas, mas eu ando muito bem sentada na minha zona de conforto. Porém, como isto tem me feito muitíssimo mal, resolvi me sacudir.
Minha saúde anda uma bosta. Sim, a enfermeira que vos escreve não tem se cuidado. Estou obesa (coisa que nunca fui), estou hipertensa (cruzes!) e tenho até medo de verificar minha glicemia.
Só que meu maior dificultador é minha ansiedade. Eu fico ansiosa por causa de tudo. E por nada também, e eu desconto é na geladeira mesmo. E eu gosto de tomar cerveja pra caramba também. E aí o resultado idsso é que hoje, por exemplo, estou com a pressão alta, com a visão turva e cefaléia, e estou aqui trabalhando. Olho pro paciente na minha frente: "doutoura (eles chamam todo mundo que usa branco de doutor #não gosto#) eu tenho pressão alta...". Eu mando fazer dieta. Mas porra, EU não faço dieta! Eu como sal feito um boi, eu tomo barris de chopp e eu não caminho no calçadão de Camburi, que fica a 5 minutos do meu prédio!
Ah, peralá!
Como é que eu vou ensinar prás pessoas algo que eu não faço prá mim?
Tá, voltando: conversei uma hora com a colega médica, que, claro, me passou um sabão, mas também me passou medicação. Ansiolítico leve, o mais recentemente lançado. Já li a respeito e sei que é bom. E eu vou usar ajuda medicamentosa sim. Eu tenho que chegar aos 40 com alguma qualidade de vida, senão vou pro saco mais cedo.
Ontem desci com Filhote e tomei, em 4 horas, 4 latas de cerveja, ou seja, nada comparado ao que tenho costume, e nada que mataria um ser humano normal. às 4:10h da madrugada, fui acordada por uma dor de cabeça alucinante. O lado do rosto que repousava sobre o travesseiro doía como se tivesse sido surrado. Gemi prá levantar. Tomei 2 comprimidos marronzinhos e voltei prá cama. Levantei com uma dor mais suave, uma hora e meia depois. Agora há pouco tomei outro efervescente prá dor.
Putaquepariu! Minha pressão está lá em cima.
Eu me cansei!
Porra, minha vida tá uma bosta porque eu não me sacudo, cara! Daí eu fico mal porque não estou bem. Daí eu como porque estou mal. Daí fico mal porque comi.
Vamos quebrar o ciclo...
Se tem problemas, trate de resolvê-los. É isso que farei. Eu não vou ficar criando úlcera. E não vou me empaturrar de comida porque estou frustrada.
Oi?! Ninguém pode fazer por mim. EU é que tenho que tomar minhas providências.
E eu não vou fazer promessa de nada. Isso é coisa de político. Eu vou fazer e pronto.
O PMZ será retomado sim, mas sem alarde. Já me consultei com a nutricionista que trabalha aqui na unidade (sim, vejam só, tenho acesso a isso e nunca usei!), meu cardápio está montado e a partir desta semana - hahaha, vou começar numa segunda feira - os hábitos serão modificados. E serão mesmo.
E a porra da cabeça dói...
A pérola da semana é essa: a enfermeira Lô está doente porque não aplica em si os cuidados que aplica nos outros.
E sabe o que mais? Eu to muito afim de causar, porque estou com tédio de ser invisível. Sim, essas coisas também fazem falta uma uma mulher, e eu estou com muita vontade de ser notada. E eu tô muito com vontade de devolver uns tocos que andei levando. Porra, adoro vingança, que escorpiano não gosta?
E eu quero voltar a brincar com meu filho, porque a gente anda numa química muito louca, numa união que não existia antes. Levamos três anos prá construir isso. Os primeiros três anos de distância estão ficando na poeira. Então, daqui prá frente, somos nós dois, e eu tenho que estar bem prá ele também.
E tenho dito.