Fim de ano é época preferida das pessoas prá fazer faxinas, tipo limpar gavetas, armários, essas coisas. Eu fiz isso hoje meio que forçada, porque resolvi reformar o quarto, trocar os móveis, e o que era prá ser feito em janeiro teve que ser feito agora. Revirando tanta coisa, encontrei diários da época de adolescente, falando das 'paixões eternas', dos conflitos, os dramas adolescentes. Como metade dos móveis vai ser retirada e substituída por um móvel só, mais funcional, tudo tinha que ser eliminado. Comecei a rasgar página por página, fotos antigas, bilhetes das amigas, recadinhos que eram trocados escondido prá professora não pegar. Cartas de pessoas que nem vejo mais.Cartões de Natal, velhas promessas... Coisas de 10, 15 anos atrás. Virou tudo um monte de lixo, uma sacola pesadona. Minha irmã ficou abismada como eu conseguia me desfazer daquilo tudo, eram lembranças da minha vida. Querida mana: lembranças de uma vida inteira eu carrego comigo, no meu coração, na minha memória. Material antigo não tem validade prá nada, porque se eu tiver Alzheimer um dia, não vai nem adiantar olhar aquilo tudo. Uma fonte de memórias é mais do que suficiente. E eu adorei rasgar aquela papelada toda! Limpeza mesmo. Só ficaram as pérolas que já tinha guardadas, poucas e valiosas. Revigorante!