segunda-feira, 19 de abril de 2010

(Des)Cuidados Médicos

Mue querido Pai esteve internado desde terça passada, por causa de um abcesso na mão dieita, que infeccionou, teve que ser drenado. Pois bem, ficou lá, tomando antibióticos EV dias e dias, sem melhora nenhuma.
Sábado foi o único dia em que pude ficar com ele o tempo todo. Durante o curativo, percebi que a cicatrização estava prejudicada. Perguntei o que usavam, descobri ser Neomicina, uma pomada que já caiu em desuso por ser um meio de cultura para bactérias diversas. Fui treinada várias vezes para tratamento de feridas, e sabia que aquilo não estava certo.
Na hora da visita da médica - que era uma substituta, já que a profissional que o acompanhava viajou - eu perguntei se não seria bom mudar a medicação do curativo, e também debridar o tecido desvitalizado. Qual não foi minha surpresa quando a médica subiu nas tamancas e falou que eu não tinha que dar 'pitaco' em nada, que ela conhecia muito bem a escola científica da Europa e EUA, e que eu estava muito enganada. Falei que tinha sido treinada recentemente no município onde trabalho, e ela chamou o lugar de buraco! O município mais rico do Estado! Foi grosseira, me mandou calar a boca (!!!)
Eu que não tenho sangue de barata, parti prá discussão mesmo. Bom, a coisa ficou feia até que ela saiu do quarto e me deixou atônita, com o pai nervoso, pressão alta e tudo. Jurei que não ia deixar por menos.
Hoje meu pai pediu alta. Pediu prá sair mesmo. Cara o hospital era tão bom que ele é diabético e só fizeram a glicemia dele duas vezes esse tempo todo, além de eu descobrir que nem constava no prontuário dele a condição. A sorte é que eu instruí meus irmãos que o acompanhavam a sempre observar o soro que era instalado prá não correr o risco de um soro glicosado ser aplicado.
Resumindo a ópera: o velho voltou prá casa, vamos cuidar dele aqui, levarei a médicos que conheço. Na saída pedi cópia do prontuário, e fui chamada pelo diretor clínico do hospital prá explicar o por quê da minha solicitação. Contei toda a história, o sujeito fez cara de chocado, disse que não podia opinar sobre a conduta da colega, mas fez um comentário tudo a ver: 'não adianta a pessoa ter estudo se não apara as ferraduras'. Pediu mil desculpas e disse que ia apurar o caso.
Prá ser sincera, acho pouco provável que dê em algo. Mas gostei de ter colocado prá fora. Porque gente, vamos combinar: as coisas às vezes vão mal porque a gente deixa, não reclama, não fala nada. Então eu falei. E aconselho a todos fazer o mesmo. São os nossos, oras! Temos nossos direitos.
Não tenho o símbolo da Enfermagem tatuado no braço à toa. Amo que faço, e faço bem feito, modéstia à parte. O mínimo que peço é que os outros colegas da área façam o mesmo.
A saúde anda doente de arrogância...

2 comentários:

  1. Absurdo, Lô. Também xingo muito médico, tipo a vaca que me auscultou mascando chiclete como um ruminante. Hunf. Vai cuspir esta merda e faça seu trabalho direito, bitch!

    ResponderExcluir
  2. Porra, mascando chiclete??? Ela ouviu o próprio dente mascando, então!!!
    Mila, reclama!

    ResponderExcluir

abriram a concha: